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terça-feira, 7 de junho de 2011

A batucada de Bina



A família do menino Bina mudou-se do Rio de Janeiro, onde ele nasceu em 1973, para São Paulo, quando ele ainda era criança. Do avô violinista, guardou apenas uma imagem dele mostrando-lhe o instrumento. Jogar futebol era divertido, mas o menino deixava a pelada com a turma da rua sempre que ouvia o som de guitarra que saía da casa de um vizinho. Aos 10 anos, começou a ouvir rock n' roll, pelo qual conheceu o jazz e, a partir deste, a bossa nova "e assim por diante".

O interesse pela música de Vinício Coquet o levou a estudar com alguns professores particulares, "pescando um pouco ali um pouco aqui". Também frequentou a Universidade Livre de Música (ULM). Estava correndo em busca de "um determinado som"... ou seja, o seu. Há oito anos, Bina se divide entre Nova York e São Paulo, onde participa de diversos projetos musicais.

Recentemente, trabalhou em dois álbuns com o pianista novaiorquino Ehud Asherie - este tocando órgão Hammond -, no projeto intitulado Samba de gringo. Também participou do CD da big band paulista Orquestra Saga (Sociedade Amigos da Gafieira), com presenças de Seu Jorge, Fabiana Cozza e Wilson Das Neves. Em entrevista ao blog DJANGOLOGIA, Bina fala do novo trabalho que está lançando, disponível para download gratuito, Batuque manouche, no qual investe na mistura de ritmos brasileiros com a pegada do jazz cigano.

ENTREVISTA // VINÍCIO 'BINA' COQUET

Como você conheceu o jazz manouche? Ouvindo o próprio Django ou outro artista?

Eu já conhecia Django, mas o Jazz Manouche conheci em 2009 pelo youtube. Fiquei surpreso de ver [que Django tinha] uma penca de seguidores! Na verdade, eu vinha estudando violão de 7 cordas, influenciado pelo Dino 7 Cordas, que também lembra o estilo pelo fato das cordas de aço. Eu já achava uma semelhança entre Django e Jacob do Bandolim, mas quando ouvi a gravação de Tico-Tico pelo Garoto, no violão tenor, fui procurar saber mais sobre Django e descobri o jazz manouche. A partir dai comecei a querer mudar o meu som. Senti que eram essas a técnica e a sonoridade que eu estava procurando pra executar as melodias de choros e outras coisas. Tenho um problema com as unhas, minhas unhas não crescem muito e, quando crescem, estão sempre quebrando.

O que mais lhe atraiu no estilo manouche?

A sonoridade do violão, a ideia dele "empurrar" o som, os vibratos, a expressão... e a semelhança com valsas e choros brasileiros, mesmo porque há uma influência europeia em ambos.

Que outros artistas participam das gravações?

Até agora, tem Anat Cohen, tocando clarinete em uma versão da musica do Cartola, Alvorada, tem também o Barão do Pandeiro, cantando Minha, também do Cartola e tocando pandeiro em outras. Pode ser que eu inclua uma gravação mais antiga de uma música minha com Marku Ribas cantando, mas isso ainda não decidi, ainda tem mais coisas pra se gravar.

Que instrumentos usou nas gravações?

No fim de 2010, comprei meu primeiro violão manouche. É um Belleville, antigo american manouche. Toquei cavaquinho também e violão de 7 cordas. E tem percussão também, lógico, o batuque! São vários convidados na percussão.

Além do choro, você mistura ritmos inesperados ao manouche, como o frevo e o xote. Como surgiram as ideias para estes temas?

Há algum tempo, venho me dedicando exclusivamente à música brasileira. Tenho muito o que aprender, assim como na técnica manouche, que ainda é uma novidade pra mim. Me preocupo em fazer música. Não música para músico. Tem muito músico bom fazendo música chata! Costumo frequentar bares e casas de samba, forró, rodas de Choro, samba-rock, e é natural o povo dançar. É maravilhoso dançar ao som de Noites Cariocas, mas pode-se também sentar e ficar só ouvindo. Aqui em NY, quando vou ver meu amigo Stephane Wrembel e seu projeto Django Experiment, vejo que muita gente tem vontade de sair dançando, mas por timidez e falta de ginga, não rola, diferente do povo brasileiro!


>> Veja mais sobre Bina Coquet no Youtube, Myspace e no Twitter.

2 comentários:

Benoit Decharneux disse...

Eu ouvi as gravações do Bina e gostei muito , a mistura de Jazz Manouche com Choro ficou excelente .
Eu tambem ja havia comentatdo sobre
uma possivel influencia do Django no
Bandolim do Jacob .
Fico feliz com o sucesso do Bina , eu o conheço há bastante tempo e gosto muito da sonoridade que ele tira , seja na guitarra , violão brasileiro ou manouche.
Quem um dia a gente possa fazer um som juntos
Abraço ao Bina e tambem ao Marcio
Benoit Decharneux

Benoit Decharneux disse...

Eu ouvi as gravações do Bina e gostei muito , a mistura de Jazz Manouche com Choro ficou excelente .
Eu tambem ja havia comentatdo sobre
uma possivel influencia do Django no
Bandolim do Jacob .
Fico feliz com o sucesso do Bina , eu o conheço há bastante tempo e gosto muito da sonoridade que ele tira , seja na guitarra , violão brasileiro ou manouche.
Quem um dia a gente possa fazer um som juntos
Abraço ao Bina e tambem ao Marcio
Benoit Decharneux